Por Rafael Mendes
Quando eu era pequeno, na minha cabeça a maior rivalidade do
futebol, enquanto a seleções nacionais, era Brasil-Itália. Duas finais de Copa
entre elas, a “tragédia de Sarria”, 9 títulos mundiais e inúmeros momentos ao
longo da história.
Até hoje nunca fez muito sentido pra mim, a “rivalidade” com a Argentina
(que no fim das contas é freguesa do Brasil, a rivalidade existente é entre
clubes dos 2 países) pois tinha apenas 2 títulos mundiais e ainda colocava
Holanda como um rival maior do futebol Brasileiro.
E a Alemanha? Nem sabia muito sobre os alemães, a primeira
vez que vi a seleção brasileira jogando contra eles em 1998, dei de ombros pro
fato de serem tri-campeões mundiais. Os alemães não tiveram nos anos 90, o
desempenho de outras décadas em Copas do Mundo, morrendo nas quartas em 94 e
98. E em uma era mais mercadológica/mídiatica do futebol, não entrava na cabeça
de um muleque caipira de Americana, que uma seleção sem estrelas era importante.
A França tinha Zidane, Argentina tinha Batistuta, Itália trazia Baggio e a
Holanda sempre com o mestre Dennis Bergkamp.
Veio 2002 e a primeira vez que levei o futebol alemão a
sério foi naquele 8 a 0 sobre a Arabia Saudita. 8 a 0, nunca tinha visto
aquilo. Mesmo sendo a Arábia Saudita, eu fiquei impressionado com o resultado e
ligado na campanha dos germânicos, em quem a mídia brasileira não acreditava
mas vendo aquele jogo acreditei que eles pudessem ganhar o titulo.
Deu no que deu, a Alemanha chegou a decisão (muito graças a
Kahn, isso é muito esquecido, só lembram da falha na final) contra o Brasil e nos dias que antecederam o
duelo eu aprendi muito sobre a grandeza dos alemães, das 7 finais (mesmo número
que os brasileiros), das vitórias... Eram as duas melhores seleções do mundo se
enfrentando.
O Brasil ganhou o título de uma Alemanha sem Ballack, e tudo
aquilo ficou em minha cabeça que comecei a prestar a atenção no futebol alemão,
afinal 4 anos depois a Copa seria lá. Mais uma vez uma seleção alemã desacreditada e
jovem, dessa vez parou nas semifinais, mas surgiram os primeiros jogadores de
quem gostei daquele país: Lahn, Schweinsteiger e Podolski.
Em 2010, se juntaram outros jovens jogadores a base de 2006:
Muller, Ozil, Khedira, Neuer... E por mais que tenham perdido a semifinal
novamente, a Alemanha foi o time mais empolgante daquela Copa e o time que eu
torcia secretamente (nem tanto). Passei a acompanhar o campeonato alemão com mais frequência
e já havia listado os germânicos como grandes favoritos para 2014.
Por isso, em 2011, parei tudo para ver o Brasil jogar com a
Alemanha em Stuttgart. Dessa vez consciente de que eram as 2 maiores seleções
do mundo se enfrentando. Os Alemães deram um belo vareio e apareceu a nova
estrela alemã Mário Gotze. Ok, mesmo assim o jogo foi 3-2, e nos 3 anos
seguintes o Brasil melhorou seu time e sua própria estrela se consolidou como
um das melhores do mundo.
O que me fez esperar por um idiota desde o dia em que saiu a
tabela por 8 de julho de 2014, quando provavelmente Brasil e Alemanha se
enfrentariam. As duas maiores camisas do futebol, os melhores jogadores, no
maior palco em que você pode imaginar.
Tudo deu certo, até que ...
Não vai dessa vez que eu vou ver esse jogo, que ainda pode
ser um bom jogo mas não é o que eu queria ver.
Os alemães são a seleção que mais venceu em Copas do Mundo e
tem talvez a camisa mais pesada com excessão do Brasil. Mas contra os
brasileiros eles sofrem, nunca venceram no Brasil e nem em competições
oficiais. São apenas 4 vitórias germânicas em 21 confrontos. A Seleção
brasileira pode vencer sim amanhã com o peso de sua camisa, mas ficou muito
complicado sem Neymar e Thiago Silva. Meu palpite é Alemanha, 2 a 0.
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