terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A minha Seleção do Brasileirão dos anos 90

Por Rafael Mendes

Botafogo de 1995: Campeão Brasileiro e do prêmio "elenco mais desgraçado a levantar uma taça nacional"


Dezembro, mês desgraçado. Acabou o futebol e ainda é muito cedo para prever o que vai ser da próxima temporada no Brasil, porque os times vão se arrumar lá pra Agosto do ano que vem.
Então estava pensando no Dagoberto, 5 títulos brasileiros e ele nunca entraria numa seleção de melhores do campeonato. Qual é medida entre conquistar titulos e prêmios individuais, que torna um jogador memorável? Depois de gastar 2 dias pensando e outros 7 dias em que eu não fiz nada, montei uma seleção do campeonato brasileiro nas últimas duas décadas. Como sou metódico criei algumas regras:

  •      Tem que ter conquistado ao menos 1 título.
  •          Tem que ter jogado em ao menos 4 campeonatos brasileiros na década.
  •          Ter recebido ao menos uma Bola de Prata da revista Placar durante 1990 a 1999.
  •          Ser Excêntrico.


Vamos então à minha seleção dos anos 90:

Goleiro: Dida

1992-93: Vitória
1994-98: Cruzeiro
1999: Corinthians

Dida é o Van der Sar brasileiro.
Em 1993, com 20 anos ele chegou a final do campeonato brasileiro com o Vitória. 1993! Um dos melhores goleiros desse país de todos os tempos e um dos com a carreira mais longa (Rogério Ceni tem a mesma idade, mas só virou titular do São Paulo em 1997). Ganhou a Bola de Prata em 1993, em 96 e 98 pelo Cruzeiro (conquistando outro vice-campeonato) e em 1999 quando finalmente conquistou seu primeiro título brasileiro pelo Corinthians. E se não for o bastante, ele também ganhou o troféu de "melhor comercial protagonizado por um atleta sem carisma":


Outros nomes que eu pensei: Ronaldo, Carlos Germano, Zetti, Velloso, Danrlei, Taffarel.



Lateral-direito: Cafú

1989-94: São Paulo
1995-97: Palmeiras

Eu fiquei em dúvida entre Cafú e Arce. O capitão do penta não sabia cruzar, Chiqui não corria. Os dois faziam meu pai xingar na frente da TV e os dois ganharam o campeonato brasileiro uma vez (o paraguaio em 1996 e o brasileiro em 1991). Mas como Caf venceu 2 bolas de prata na década (1992 e 1993) enquanto Arce só levou uma (1998) e como eu sou altamente a favor do Chiqui como técnico do Palmeiras, eu voto no rapaz 100% Jardim Irene.


Outros nomes que eu pensei: Arce


Zagueiro 1: Gamarra

1995-97: Internacional
1998: Corinthians

3 bolas de prata (1995, 1996 e 1998), um título brasileiro (98 com o Corinthians), o título incontestável de melhor zagueiro do futebol brasileiro por uns bons 3 ou 4 anos na época, uma grande passagem pelo Timão e uma temporada desastrosa no Palmeiras. Confirma na lista!
Aliás, como o Paraguai não ganhou nenhum título com Gamarra e Arce? Ah, é porque o Carpegiani era o técnico.




Zagueiro 2: Antônio Carlos

1990-92: Sâo Paulo
1993-95: Palmeiras
1997-98: Corinthians

Grande início de carreira, campeão em 1991, 1993 e 1994. Bola de prata em 1993.
Péssimo final de carreira, foi acusado de racismo no seu último jogo, como diretor do Corinthians foi para a balada (Em Ribeirão Preto!) com o Ronaldo e foi o 94º consecutivo péssimo técnico do Palmeiras.




Outros nomes que eu pensei: Gonçalves, Mauro Galvão, Ronaldão, Odvan, Aldair, Junior Baiano.


Lateral Esquerdo: Roberto Carlos

1992: União São João de Araras
1993-95: Palmeiras

Foda-se, é muito sem graça escolher o Roberto Carlos. Porra ele é bom pra caralho, é disso que você precisa saber. A molecada colocava ele no ataque no vídeo-game e o Guardiola se achando vanguarda em jogar como o Lahn de volante.
Eu quero falar do Zé Roberto, um dos jogadores mais sensacionais da história e que ganhou uma bola de prata em 1996 jogando na Portuguesa na lateral esquerda e 18 anos depois ganhou de novo. Parabéns pela carreira e seja bem-vindo ao Palmeiras ano que vem.


Outros nomes que eu pensei: Júnior, Zé Roberto, Kleber, Júnior (do Beach Soccer).


Volante 1: Rincón

1994; 96-97: Palmeiras
1997-2000: Corinthians

O Corinthians teve Rincón e Vampeta de volantes, foi difícil escolher porque confesso que gostava muito dos dois mas adoro qualquer jogador colombiano que tenha técnica e ao mesmo tempo seja um leão de chácara que arranja treta com o Edilson e o Marcelinho no vestiário. Além disso, ele ganhou dois títulos com o Corinthians em 1998 e 1999 (quando levou a Bola de Prata).




Volante 2: César Sampaio

1985-91: Santos
1991-94;99: Palmeiras

Sério, mais dos jogadores mais underrated da história. Ganhou DUAS Bolas de Ouro (1990 e 1993), é um dos meus jogadores favoritos (coloco ele na minha seleção de todos os tempos ao lado do Falcão no meio de campo), arrebentou na Copa de 98 e fez uns dos meus gols favoritos na história.




Alguém já tinha visto o Zetti ser driblado? Ele é o Tony Meola brasileiro. Desnecessariamente musculoso, uniforme colorido, roqueiro e com tendências a bater em gandulas. O protótipo do goleiro noventista.


Meia 1: Marcelinho Carioca

1988-93: Flamengo
1994-97; 1998-2001: Corinthians

Bola de Ouro em 1999, Bola de Prata em 94, Bi-Campeão pelo Corinthians e um dos melhores cobradores de falta que eu me lembre. Também foi responsável por quase me fazer trair minha honra futebolistica, pela minha vontade de me inscrever na sua escolinha de futebol. Obrigado família por não permitir.
Como se isso não fosse o bastante ele montou o melhor grupo de pagode gospel de todos os tempos e inundou o Brasil com carisma:









Meia 2: Júnior do Beach Soccer

1989-1993: Flamengo

Eu fui aleatório, admito. Eu queria escolher o Djalminha, mas ele nunca ganhou nada. O Zinho eu detesto. Ricardinho e Juninho Pernambucano ainda não tinham estourado nos anos 90. Rodrigo Fabri eu me recuso, apesar de amar a Portuguesa de 96. Rivaldo e Raí jogaram menos de 4 campeonatos brasileiros. E o Neto merecia por 1990, quando ele fez um "BAITA CAMPEONATO DIGASSE DE PASSAGE", mas nem no melhor ano da carreira dele ele ganhou a Bola de Prata.

Escolhi o Junior por ser canhoto e para colocar uma foto dele jogando Beach Soccer, boa sorte tentando derrubar esse argumento.



Nunca jogou no campo

Outros nomes que eu pensei: Zinho, Ricardinho, Juninho Pernambucano, Valdo, Rodrigo Fabri, Rivaldo, Djalminha, Raí.



Atacante: Edmundo

1992;96-97.99: Vasco da Gama
1993-95: Palmeiras
1995: Flamengo
1996: Corinthians


Melhor jogador da década no Campeonato Brasileiro. Três títulos, duas Bolas de prata (uma de ouro em 1997) e fez a melhor temporada de um jogador no campeonato brasileiro. 29 gols, batendo o recorde do Reinaldo de 1977.

Para muita gente, o Animal foi o melhor jogador do mundo em 97.
Parem! O Edmundo fez 6 gols no União São João de Araras e não fez nada na final contra o Palmeiras
Entenda assim, eu me lembro muito bem daquela final e em nenhum momento pensei: "Nossa o Edmundo tá com a bola."
Mesmo com essa crítica, não tem como não amar esse cara, ele dá cerveja pro macaco e dança com o David Brazil com z.
O que mais me choca dessa foto é a berma com que o Edmundo foi pra Sapucaí


Atacante: Luizão

1992-93;94-95: Guarani
1996-1997: Palmeiras
1998: Vasco da Gama
1999-2002:Corinthians

Eu sempre gostei do Luizão como centroavante, cabeceava pro chão e jogou bem em praticamente em todos os times que passou. E apesar de achar que o Muller é outro jogador underrated que merecia, escolhi o Luizão pela participação no Mulheres Ricas e pela Bola de Prata de 1994


Outros nomes que eu pensei: Romário, Edílson "Little Devil", Euller "Son of the Wind", Evair, Túlio, Donizete Pantera, Renato Gaucho, Muller, Adebayor.


Semana que vem estamos de volta com a seleção dos anos 2000 (se você achou que fui muito clubista, fique tranquilo porque não terá nenhum jogador do Palmeiras nessa) e em algum momento uma análise bem da desgraçada do sorteio da Champions!


Abraço pra quem é de abraço, beijo pra quem é de beijo.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O legado PVC.

Por Pedro Arissa


Paulo Vinícius Coelho, o PVC, anunciou sua saída da ESPN Brasil e confesso que para mim foi um choque. Eu cresci vendo esse cara falar sobre futebol, foi baseado no que ele falava, como ele falava e como ele tem uma memória lazarenta para estatísticas estapafúrdias que eu acabei moldando minha relação com o esporte bretão. Foi vendo esse cara que eu desenvolvi uma coisa que virou quase que um fetiche, que é saber as curiosidades mais sem pé nem cabeça o possível sobre futebol, é por causa dele que eu sei quantos gols o Roy Makaay fez no campeonato espanhol de 99/00 e tive a pachorra de escrever sobre isso aqui mesmo nesse blog abeçoá-por-Dê.

Eu cheguei a me sentir traído com a saída do Pevê (que ficou tão íntimo de mim no meu imaginário, que eu chamo ele pelo diminutivo do diminutivo), mas não foi pelo que eu já falei acima, não. O grande legado dele na minha vida extrapola o futebol, mas não solta a mão do esporte.

Mais ou menos em 2008 eu conheci o Rafael, ou Coxa, ou Rafa, ou Servants, chame-o como quiser, e eu vou dizer aqui para vocês, eu não gostei dele não. O menino me descia engasgado, e foi um dia tomando cerveja na finada Prosit (bar lazarento de cerveja de qualidade duvidável) que eu percebi que ele era tão desgraçado quanto eu sobre futebol, quando, sabe Deus como, o assunto se tornou sobre o melhor quadro da história do Bate-Bola, o "Quiz do PVC", e o Coxa disse que uma vez ganhou um kit da ESPN em 2005 no quiz respondendo a pergunta: que jogador disputou a final da copa do mundo de 2002 também disputou a final entre Liverpool x Milan da Champions League de 2005? 

A resposta era (o grosso do) Hamman, eu sabia, ele também, eu tentei ganhar um kit, ele também. Ele ganhou e eu não. Desse dia até hoje, conversas sobre futebol viraram rotina na minha amizade com o Coxa, e foi isso mesmo que fez eu começar a achar ele um cara legal e foi só por isso que a gente acabou virando amigo, o que resultou na criação dessa maloca que a gente chama de blog e jura que é isso mesmo.

Obrigado, PVC, por ter sido o elo que indiretamente uniu esse duplinha do barulho num projeto que por mais que pareça que não, sempre vai ser a menina dos nossos olhos, por me mostrar um lado desgraçadamente romântico, analítico e non-sense do futebol e por ter sido pivô da minha amizade com o Coxa. Se um dia eu sonhei em trabalhar na ESPN, agora eu sonho menos, porque não teria a mesma graça. Eu nunca vou te assistir no Fox Sports.

Vlw Flws

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O fim da ESPN como conheciamos

Por Rafael Mendes



É tarde da noite, eu não consigo dormir o que é uma coisa normal, mas dessa vez tem algo martelando na minha cabeça e que venho pensando há alguns meses, me afligindo a algum tempo é o futuro da ESPN e com a saída de Paulo Vinicius Coelho do seu quadro de profissionais, parece óbvio que deixou de ser uma paranoia minha para “ai meu deus esse canal que eu gostava tanto tá acabando”.

Mas e dai? É só TV, pode dizer você.

Eu me importo, a ESPN foi por um longo período de tempo, o único meio em que o futebol era levado a sério de uma forma bizarra, com implementação de estatísticas, de falar da parte da tática do jogo, de jornalismo sério e com credibilidade, sendo realista nos comentários.

Era por volta de 2001, foi a primeira vez que minha família instalou TV a cabo em casa, o que foi uma festa para mim, que como típico filho único, passava o dia inteiro em frente a TV. No primeiro dia que tive ESPN, realmente me desapontei, não passava nada naquele canal. O que eu não conseguia entender porque via se falando da emissora em filmes desgraçados de comédia (provavelmente envolvendo Adam Sandler mais do que o recomendável) que uma criança da minha faixa etária assistia (ou não). Eram programas de debates o dia inteiro, em cenários feitos de papelão com cores aleatórias. Eventos? Me lembro ter visto a semi-final da Champions League nesse dia entre Bayern e Real Madrid e só, com 11 anos eu odiava futebol europeu, achava chato, não tinha brasileiros, aquela história toda... E eu esperava ver jogos do campeonato brasileiro naquele canal novo. Não, nada.

Bem, mesmo assim dividi meu tempo vendo aquela porcaria, porque era a única coisa 24/7 que falava de esportes, com Cartoon Network e Nickelodeon.

Um dia eu me lembro de ter colocado num programa aleatório da ESPN a tarde e apareceu esse cara que usava cavanhaque e era tipo um “geek” de futebol, algo que eu nem sabia que existia apesar de meu pai viver me acusando disso. Gostei do cara (mesmo achando que ele era corintiano), ele falava as coisas com segurança, dava as estatísticas mais imbecis do mundo futebolístico e dizia também da parte tática das equipes. Chamavam ele de PVC, nome que pega né. Ele aparecia pouco, mas quando ele estava ali falando eu sempre parava para ver o que ele dizia.

Meu pai tirou a TV a cabo de casa por causa de uma das loucuras aleatórias da cabeça dele (que não tenho vergonha nenhuma de expor pro leitor desse blog: 1- Ele só assistia a Globo e estava pouco se fodendo pro que eu gostava.  2- Ele achava um absurdo a empresa cobrar 5 reais pela revistinha que trazia a programação junto; isso é real.) e só em 2005 esse bem estar de classe média voltou ao meu lar. A ESPN só transmitia os europeus, todos que importavam. E o PVC agora sem cavanhaque, aparecia todos os dias ao lado de Palomino e Trajano no Bate-Bola, o clássico com fundo tosco laranja.

Eu assistia praticamente tudo no canal, Linha de Passe, Futebol no Mundo, Sportscenter, mandava e-mail (cheguei a ganhar kit), a emissora agora tinha outros caras legais também: Mauro Cezar (que no começo era tímido e tinha muito toc), Calçade (que veio de um programa que ao mesmo tempo, era um dos melhores e piores de todos os tempos: Debate Bola, que pretendo abordar outro dia), Flávio Gomes, Paulo Andrade, Antero... e para ser honesto acho que foi durante aquele período de 2005 a 2006, vendo a ESPN que tive certeza que queria ser jornalista.

Para ser sincero o PVC nunca foi o meu comentarista favorito, eu sempre achei ele meio frio, mas não dá para negar que ele é um dos caras que mais influenciou o jornalismo esportivo nos últimos anos e foi ao lado de Trajano, o maior símbolo dos canais ESPN (André Plihal também, mas ele não fica tanto tempo no ar como os outros). Ele foi um dos primeiros a dar essa importância maior as estatísticas, para a história do jogo (e não apenas por ego e demonstrar conhecimento inútil e sim para traçar paralelos pertinentes, né Milton Neves rs.), ao lado tático do jogo e não fez como o resto das comentaristas na época e REALMENTE ASSISTIA os campeonatos europeus e diria que até de certa forma, junto com o canal, foram um dos responsáveis pela popularização no Brasil. (são muitos responsáveis, o que demandariam um texto para explicar.) Além disso, ele contribuiu para abrir espaço na televisão para comentaristas que pensavam futebol de uma diferente dos dinossauros que você vê até hoje na TV aberta.

Eu tenho quase certeza que nunca vai existir um canal de esportes tão bom quanto a ESPN foi de 2005 a 2011. Isso sem transmitir nenhuma competição nacional. O nível do comentário sempre foi o mais elevado e a liberdade para opinar era visivelmente maior do que em outros canais.

Mas isso passou a mudar, de quando o Trajano deixou de ser diretor e o canal tinha no seu DNA 100% jornalismo e pouco entretenimento. (O lema era “informação é o nosso esporte”) Hoje, por mudanças de mercado e de pensamento dos diretores, a emissora buscou incorporar essa parte do entretenimento, mas não de uma forma assumida, até para não chocar os espectadores, que são fieis e idolatram a marca ESPN no Brasil pelo o que ela representa.

Não vem dando certo, são muitos programas de formato semelhante com essa roupagem disfarçada, a barra com twitters passando sem parar de um jeito meio escroto, alguns comentaristas ruins que buscam mais a piada, a coisa viral, do que a análise ponderada. Um bom exemplo disso é o Bate-Bola 2 que agora tem dois apresentadores e três comentaristas, muita gente falando e ao mesmo tempo falando pouco o que importa para quem liga a TV.

E no meio dessa transição perde os direitos de campeonatos como a Bundesliga e a Champions League (e metade do Espanhol, do Inglês...), ironicamente na era do #ESPNTEM.

Agora essa crise de identidade é ainda maior com a saída do PVC. O Fox Sports apesar de muita gente ter um pé atrás, por ter muitos comentaristas da “velha geração”, tenta ser um canal de entretenimento assumido, tem formatos de programas diferentes (alguns interessantes até, por incrível que pareça a Fox parece mais com a ESPN americana do que a própria versão brasileira) e tem investido muito, basta ver os seus estúdios.


Realmente, me chateia o fim da ESPN que eu conheci e me ajudou a amar mais ainda o futebol, mas aquela emissora de 2005-2011, já havia acabado há algum tempo e a saída do PVC só expõe mais isso. A competição com o crescimento de outros canais a cabo só acelerou esse processo, nos resta desejar boa sorte a todos.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

As duas horas mais imbecis do meu ano

Por Rafael Mendes

O meu último compromisso no ano, depois de uma semana um tanto quanto atribulada que incluiu uma banca de TCC e doses cavalares de piadas infames, foi o jogo do Palmeiras e é vergonhoso o quanto eu estava confiante e achando que estava tudo resolvido por que o Juca falou.
Então demonstrando confiança e falta de noção da falta de qualidade técnica do elenco do Palmeiras, ás 16:50 eu sentei no chão da minha sala e anotei tudo que aconteceu pelas próximas duas horas, retratando a tortura que o esquadrão palmeirense me submeteu. Aqui vai um diário sobre o meu dia desgraçado, que terminou com eu comemorando um gol de uma contratação que sempre quis que o Palmeiras fizesse, mas que foi pelo Santos.

0’ –  Mostram as escalações. O Lúcio sempre me dá me medo e eu fico feliz de ver o Mazinho, eu gosto dele, muitas vezes o que ele faz leva "nada a lugar nenhum" mas pelo menos ele corre que nem um louco e tem sempre os 3% de chance de o "Messi Black" decidir. Não me julguem, esse é o Palmeiras de 2014.

Alias, o Palmeirinha aproveitou o jogo com transmissão e tudo e finalmente arranjou um patrocínio para a camisa. Se o cara arranja patrocínio pra Rally, não pode ser mais difícil arrumar pro Verdão.

3’ – O Atlético ainda não relou na bola, na verdade eles ainda não chegaram a 5 km de alguém que tinha a bola. Minha confiança de que esse jogo está comprado me ajuda a conviver com o fato que o Henrique não vai conseguir dominar uma bola nessa tarde.

6’ – Valdívia dá um toque de letra pro lateral-esquerdo que eu sempre confundo com o nome com o da direita. É Victor Luiz? É Felipe Luiz? É David Silva? Não sei, só sei que ele fede de ruim.

8’ – Cada jogador do Palmeiras tem 5 alqueires mineiros de espaço para conduzir a bola e não saber o que fazer com a bola, é assustador o tanto de posse que o alvi-verde tem e mais impressionante como isso não serve pra nada com esse time.

Esse foi Nem, você não lembra? "Nem'" eu... kkk é isto ai
9’ – Lúcio aposta corrida com Dellatorre, o que não é bom sinal, pior ainda quando ele mostra a mesma velocidade que ex-zagueiro Nem. Logicamente, ele é cortado como se fosse um cone, e o CAP quase faz o gol, que não acontece porque Gabriel salva em cima da linha. O que não adianta muito porque no escanteio subsequente, o pentacampeão Lúcio salta a altura de uma folha de sulfite. Deitada. 1 a 0, Atlético Paranaense


11’ – Como já era esperado, agora a bola queima na  do pé do time, o que faz com que o pentacampeão Lúcio, tente resolver tudo fazendo ligação direta. Aliás, porque todo membro da mídia quando vai criticar o Lúcio, lembra de 2002? Ele foi o PIOR jogador daquela campanha. Sério, eu odiava o Lúcio em 2002, ele roubou o amarelo da minha bandeira contra a Inglaterra.
Vamos lembrar os últimos 12 meses do Lúcio, ele deu uma entrevista pro Esporte Espetacular se fazendo de injustiçado no São Paulo, o que fez o Palmeiras contratar ele quase que no ato, ele ficou xingando o Emerson Sheik de "viado", ele brigou com 8 mil jogadores, mesmo número de péssimas jogadas.


17’ – A bola sobra para Renato, que como fez em todas bolas que teve no jogo mandou o petardo. Ai que tá, a bola realmente bateu no braço do zagueiro do CAP, mas o juiz estava olhando pro outro lado e só marcou o pênalti quando viu o Renato reclamando.  
Ok, o juiz também tá do nosso lado.Apesar disso, Henrique quase me mata por demorar 6 horas para chegar na bola, mas o goleiro nem pulou na bola. 1 a 1.

24’ – O Natham do CAP ganha na velocidade pela direita cruza e o caboclo perde um gol feito. Na sequencia o "Messi Black" lança Wesley que sai na cara do gol, infelizmente o futuro volante do São Paulo estava lidando com uma bela ressaca, e preferiu apagar seu cigarro antes de correr.

27’ – Falando em ressaca, Lúcio continuou aprontando altas na defesa e Dellatorre obriga Prass uma grande defesa. Quando o Palmeiras vai aprender que não deve contratar o “veterano desgraçado”: Gamarra, Lincoln, Daniel Carvalho, Edmilson, Denílson e Bruno César. O QUE? O BRUNO CÉSAR TEM 26 ANOS ???!!!

30’ – Natham joga um caboclo do CAP na pista de atletismo, a lá Ronaldão 1992. Como eu amo esse zagueiro carismático e com bom corte de cabelo.

34’ – Valdívia rouba bola, comanda o ataque, ele gesticula pro time inteiro e mesmo assim o time do Atlético não consegue ver onde ele vai mandar a bola. E tudo isso jogando numa perna só. É a melhor partida que eu já vi o Mago jogar. EU TO DE VOLTA COM VOCÊ VALDÍVIA PODE ME JULGAR, EU SOU UM LIXO E TENHO VERGONHA DE MIM MESMO.  EU SINTO QUE EU FUI TRAÍDO POR ESSE CARA TANTAS VEZES E ELE ME ALOPROU TANTO E MESMO ASSIM TO VIBRANDO COM ELE AGORA. PORRA PAREI. É UMA DROGA TORCER PRO PALMEIRAS.

47’ – Lúcio corta a bola e faz sua primeira boa jogada em 4 meses, o que obriga o arbitro a apitar fim de primeiro tempo e Valdívia dá seu único pique no jogo para entrar no vestiário  tomar uma gelada fazer fisioterapia.

No meio desse drama Rubens Barrichello aparece na tela para me lembrar que tudo podia ser pior:


Que papelão do Rubinho né? O cara passou a carreira inteira querendo ser o sucessor do Senna, perdeu corridas da maneira mais imbecil possível, conseguiu perder como comentarista por LUCIANO BURTI e a única coisa que manteve ele com relevância que era a previsão do tempo da avó em Interlagos “A chuva vem da represa, amigo”, que o Galvão fez questão de surrupiar.

Bem volta o segundo tempo, Valdívia é o último a entrar e a torcida vibra. Que situação chegamos, ein?

1’ – Mazinho chuta e só não faz o gol porque a bola desvia. Lá se foram os 3% de chance de ele fazer algo hoje.

3’ – Cléber Machado e Caio Ribeiro tem uma discussão sobre o que o Palmeiras devia fazer, Caio mostra que não viu um jogo do Palmeiras em 8 meses e defende a presença de Wesley e a entrada de Diogo.

5’ – Natham tira a bola, que bate na mão de Lúcio. Sério, se esse jogo não fosse no Allianz Parque, seria pênalti mas o juiz mandou seguir o jogo. Optou pela vida. Do Lúcio. (Péssima decisão)

7’ – Sai Wesley e entra Cristaldo, ficou meio difícil pro Caio porque a torcida em uníssono manda o jogador do São Paulo tomar no cu. “A torcida tá com birra dele” tenta contemporizar Cléber Machado e acho que ele só disse algo para abafar os xingamentos.

15’ – Natham se machuca e agora minhas esperanças estão em Lúcio e Vitorino.

17’ – Valdívia descola lindo passe pra Cristaldo que perde o primeiro de 567 gols dele no jogo, admito que gosto dele.

26’ – O Atlético-PR parou oficialmente de jogar, tirou um meia para colocar um volante e faz questão de perder a bola em toda oportunidade que passa a linha do meio de campo. O Palmeiras aproveitou isso? Obvio que não, porque quem tá finalizando é o Lúcio e o Cristaldo. Senhoras e senhores, esse é o Palmeiras de 2014.

30’ – MARCÃÃÃÃÃÃÃO!!!! ELE APARECE NA TRANSMISSÃO. ELE TAVA XINGANDO O CRISTALDO? PODE APOSTAR QUE SIM. COMO VOCÊ NÃO VAI GOSTAR DESSE CARA?!

35’ – O Palmeiras joga com uma ‘nhaca’ que parece que é Cruzeiro jogando.

ROOOORRRRRGEEEEEE
41’ – Valdívia estoura a coxa de vez, de verdade foi uma grande partida dele. Ele era pra tá na Arábia, mas o Paulo Nobre conseguiu estragar até isso. E o Jorgito, de um jeito bizarro conseguiu voltar a ser o herói depois de: Passar um mês na Disney, não atender o celular durante o período, voltar a jogar e ser expulso contra o Flamengo, se machucar 67 vezes e praticamente se oferecer para qualquer time que tiver a disposição. Eu odeio futebol.


42’ – Bolinha na tela, quase tive um infarto.

45’ -  To desesperado aqui em casa e assustando até com o celular vibrando achando que é gol do Vitória. E o Mouche consegue roubar o título de pior argentino do dia do Cristaldo, após seu 10º passe errado consecutivo.

Acaba o jogo, o Palmeiras não conseguiu ganhar um jogo em casa, contra um time que estava facilitando e com o juiz ajudando. Corta pro jogo do Vitória, que tem um contra-ataque 3 contra 3 aos 49 do jogo na Bahia.

Eu como palmeirense, otário já to olhando a tabela da série B e esqueço que o time do Vitória é ridículo. O Santos rouba a bola e apenas um jogador, que desde 2011 eu peço para ele vir para o Palmeiras, que todo mundo ri de mim quando eu falo, que eu acho que foi um injustiçado nas indicações do Bola de Ouro da FIFA, que nunca chutou colocado na história e que manda um petardo para manter o Verdão na Série A.

THIAGO RIBEIRO !!! ELE FEZ O GOL MAIS IMPORTANTE DO PALMEIRAS NO ANO E EU SEMPRE QUIS ELE NO TIME, ISSO É A PROVA DE QUE EU ENTENDO MAIS DE FUTEBOL QUE O BRUNORO, DE QUE ELE É MAIOR JOGADOR DA HISTÓRIA DO FUTEBOL E O PAULO NOBRE É UM LIXO.

Berrei como um louco, assim como a torcida no estádio que comemorou e ao perceber os jogadores comemorando e achando que era para eles, xingou do goleiro ao ponta-esquerda.
Justo.

Ano que vem vai ser pior, sempre é.