quarta-feira, 26 de junho de 2013

Casa sem alicerce não aguenta nem espirro.



Por Pedro Arissa.

Copa das Confederações, que época boa do ano, junho, você de férias, tranquilo bebendo sua cerveja e vendo os jogos daquelas que, supostamente, são as seleções em maior evidencia do mundo, pois são as atuais campeãs continentais de seus respectivos continentes.

Isso é tudo muito bonito, na teoria. Na prática o que temos visto nesta atual edição do torneio é nada mais do que um preparatório para a Copa do Mundo de 2014, e olha, galera (eu gosto de me referir a você mãe, leitora única do blog, como galera) há muito a ser preparar ainda, nas demais seleções nem tanto, mas no Brasil...

Vamos começar com um questionamento rápido: qual a finalidade das seleções de base?

Seleção brasileira sub-20 vice-campeão do mundial de 2009.
Você muito sagaz logo responde “para ser vir de alicerce para a seleção principal, oras”, e eu concordo plenamente, não há mesmo como dizer o contrário. Mas um dado muito peculiar me intriga: dos jogadores que disputaram os campeonatos de base, mundiais e olimpíadas, nos últimos seis anos, excluindo o mundial de 2011 e as olimpíadas de Londres em 2012, apenas 5 estão disputando a Copa das Confederações em 2013, sendo que um deles, Thiago Silva, foi convocado para as Olimpíadas de Pequim em 2008 como um dos três jogadores acima do limite de idade de 23 anos.

É claro que as seleções não são apenas compostas por jogadores que passaram pela base, até porque diversos jogadores se destacam em clubes menores com uma idade mais avançada, como o caso de Paulinho, ou nem se destacam aqui mesmo no Brasil, como Hulk e Dante, e que as deficiências que a seleção brasileira apresentou, sobretudo no jogo de hoje 26/06 contra o Uruguai passam por muito mais coisas além do que quem foi ou não convocado, mas 5 jogadores em 6 anos de trabalho é um número muito baixo.

Seleção brasileira vencedora do bronze na Olimpíadas de Pequim em 2008
Pode ser que isso se dê pela falta de conexão entre os treinadores das seleções de base e da principal, mas o que me espanta e muito é como estes jogadores ainda jovens, mesmo os que já jogam em grandes times, com estrutura de base e tudo mais, não conseguiram se desenvolver na carreira nem mesmo aqui no Brasil, e foram ganhar a vida como jogadores, mas em centro muito afastados, como o caso do Bruno Bertucci, lateral esquerdo campeão da Copa São Paulo de Futebol Jr pelo Corinthians, que hoje atua no Azerbaijão.

Agentes megalomaníacos e mentirosos, falta de estrutura familiar, psicológica, educacional entre outros muitos fatores, podem muito bem ser a razão por essa involução dos padwans do futebol, é algo que precisa de uma análise extremamente profunda por pessoal muito mais capacitado para se entender, mas uma coisa é clara, é muito difícil esperar uma mudança do cenário futebolístico tupiniquim quando aqueles jovens cujo os pés deveria guiar a evolução do futebol tem tão sério problema em se firmar em seus próprios clubes formadores.

Um comentário:

  1. Além desses problemas apresentados, acrescento a nave-mãe, CBF, como principal responsável pela falta de jogadores da seleção de base na principal.

    Em relação aos clubes formadores, acrescento que os dirigentes veem os jovens jogadores como moeda de troca. É mais fácil vendê-los e comprar um jogador já completamente formado como atleta, do que esperar o processo todo de formação do jogador de base.

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